Vai começar a viagem no tempo! Na semana que vem, dia 10, estarei no Open Food Innovation Summit – encontro sobre o futuro da comida que vai reunir, em Porto Alegre, um time incrível de empreendedores, cozinheiros e estudiosos para falar sobre tendências e apostas do mercado global de alimentos. Nesse dia, vou aprender mais sobre agricultura 4.0, o futuro dos chefs de cozinha, o show business da alimentação e projetos de inovação. Vai ser tão tão legal!
À noite, ainda vou descobrir o que vamos comer em 2050 no Jantar do Futuro! O local ainda é secreto: vou receber a localização na véspera (uau!) e o menu vai ser assinado por ninguém mais, ninguém menos que os chefs Mamadou Sène (Faculdade Senac Porto Alegre), Daniel Menezes (DMZ Cozinha Criativa), Rogério Luce (Basílic) e Vico Crocco (Crocco Studio Design). Vai ser uma experiência futurística prevendo três cenários futuros:
Cenário 1: Slow & Farm to Table e Hiperlocalismo, com consumo direto de produtos locais.
Cenário 2: Food Hacking (hackeamento de ingredientes e concepção de uma receita compatível com o futuro).
Cenário 3: Uma fuga para Marte (quais os 3 ingredientes que você levaria se tivesse que partir para outro planeta?)
Lamento informar que os ingressos para esse jantar já estão encerrados, mas ainda é possível participar da programação do Open Food Innovation Summit. Clique aqui para saber mais!
Já se sabe que a forma como nos alimentamos hoje é insustentável, não sendo possível mantê-la até o ano de 2050. Isso está esmiuçado no Relatório de Recursos Mundiais na ONU Meio Ambiente. É crucial pensarmos em mudanças na lógica de produção de alimentos e também nos padrões de consumo. É disso que trata o evento…mal vejo a hora de aprender a respeito. Enquanto isso, transformei a minha ansiedade em algumas perguntas para um dos palestrantes do Open Food, Paulo Ardenghi. Ele é mestre em antropologia, cofundador da startup Cozinhe.me e atual Diretor de Inovação da cidade de Porto Alegre. São 5 questões breves que nos ajudam a refletir sobre o futuro da alimentação:
Paulo Ardenghi – Se o mundo pode acabar em função dos nossos hábitos alimentares, é preciso ter compromisso com essa possibilidade. Pensar o futuro da alimentação é a bandeira principal do Cozinhe-me. Também é o que pode nos manter vivos e salvar o planeta.
Paulo Ardenghi – Imagino que a gente consiga erradicar a fome através de modelo descentralizado de produção de alimentos, com muitas hortas e fazendas urbanas… as pessoas com as suas hortas, estufas, acesso maior à produção de alimentos – com a produção de alguns deles em casa, inclusive. Também imagino uma conexão mais fácil das grandes metrópoles com interior. O futuro reserva algo muito melhor do que estamos vivendo agora.
Paulo Ardenghi – Cada vez mais diversidade de hábitos e estilos alimentares, cada vez mais alternativas para que pessoas possam decidir o que querem comer. Se gosta de carne, ok. Se é vegano, ok. Vejo também que a experiência do consumidor vai contar para a escolha do estilo alimentar e onde comer ou como cozinhar. Para nós do Cozinhe-me, o futuro do consumo é cozinhando a própria comida.
Paulo Ardenghi – O tempo. Se eu pudesse dar uma dica, diria às pessoas para priorizarem a reflexão sobre o que comem, em vez de apenas focar no trabalho e outras dimensões da vida. Certamente, numa visão social, o que eu mudaria está relacionado a evitar o desperdício e que as pessoas se apeguem menos a um senso menos estético e mais nutricional em relação aos alimentos.
Paulo Ardenghi – Uma peça de grana padano, massa e pimenta…e faria uma pasta a cacio e pepe !!!